Desenvolvimento da Linguagem – O que os papás precisam de saber

Como todos sabemos o desenvolvimento da linguagem é um dos aspetos essenciais no desenvolvimento de uma criança.

Mas afinal o que é a linguagem? Como é que a criança a desenvolve?  Pois é, ao longo deste artigo pretendemos responder a estas questões.

O que é a linguagem?

Como referimos em cima, a linguagem é uma vertente fundamental no desenvolvimento da criança, uma vez que constitui a sua base de comunicação, de todas as aprendizagens ao longo da vida e da forma como estabelece os seus relacionamentos com o outro. Existem muitos tipos de linguagem, desde a oralidade, a escrita, a expressão corporal, os gestos, a arte e todos eles se interligam dando à criança ferramentas para exprimir as suas ideias e os seus sentimentos.

Podemos dizer que a linguagem tem uma vertente comunicativa, uma vez que nos permite expressarmo-nos, mas também uma vertente simbólica porque representa símbolos próprios da cultura em que estamos inseridos.

E não nos podemos esquecer que a linguagem já existe desde a barriga da mãe, a partir do 4º mês de gestação o bebé já percebe os sons da voz da mãe e reage a ela. 

Para muitos papás a aquisição da linguagem é algo espontâneo e inato, ou seja, a criança aprende conforme ouve os papás falarem, as suas experiências, etc.

Sim, de certa forma isto é verdade, no entanto fiquem sabendo que dependendo do ambiente que rodeia a criança, esta pode ter momentos de aprendizagem mais ricos ou mais pobres. 

 

Então, e como é que a criança desenvolve a linguagem?

Para a criança desenvolver a linguagem têm de existir 3 fatores:

  • O aparelho fonador (órgãos responsáveis pela emissão de voz) e auditivo ser saudável;
  • A criança tem de querer comunicar;
  • A criança deve estar num ambiente estimulante ao desenvolvimento da linguagem.

Os papás sabiam que uma das primeiras formas de linguagem do bebé é o choro? Pois é através do choro a criança já comunica. Se os papás repararem dependendo da intensidade do choro, dos intervalos para respiração, da expressão não verbal, os bebés já estão a comunicar as suas necessidades. 

 

Quais são as etapas do desenvolvimento linguístico?

Podemos dividir em dois períodos. O pré-linguístico que vai desde a barriga da mãe até cerca dos 10-12 meses e o linguístico dos 12 aos 36 meses. 

Ora vejamos 

Barriga da mãe a partir do 4º mês de gestação o bebé percebe os sons da voz materna e reage a ela.
Do nascimento aos 5 meses O bebé está sensível às vozes e à linguagem (os gestos, a boca, o movimento dos lábios e da língua, a linguagem corporal, o tom, o volume, a lentidão na articulação das palavras)
5 aos 6 meses Existe um enriquecimento da linguagem em que o bebé começa a dizer “lalala” ou “bababa”, ou seja, começa a balbuciar
7 aos 10 meses o bebé junta ao balbuciar o movimento coordenado dos seus braços no sentido de comunicar, ou seja, dar ou pedir objetos
10 aos 12 meses Aparece a primeira palavra isolada. 

Por volta dos 18 meses aparece a fase da “holófrase”, ou seja, a criança diz uma palavra com o significado de uma frase ex.: “aua” e aponta para o copo a criança quer dizer “quero beber água” ou “quero água”

A partir dos 18 meses Começa a utilizar duas palavras, e aos 24 meses existe uma explosão na linguagem. A criança começa a utilizar frases que têm uma estrutura lógica, descrições ou adjetivos ou a expressão das emoções. 

A criança descobre que cada coisa tem um nome.

Até aos 3 anos É possível entender o que a criança diz. Tem a capacidade de aprender uma média de 10 palavras por dia.

Nesta fase aparece a palavra “eu”, ou seja, a criança manifesta a consciência de si mesma.

 

Gostaríamos só de ressalvar que estes “marcos” não são estanques, dependem de criança para criança e da estimulação do seu meio envolvente. 

Os papás sabem, qual a média de vezes que uma criança deve estar exposta a uma nova palavra para a poder adquirir??? 12 a 15 vezes, no entanto não basta repetir rua 15 vezes, os contextos onde determinada palavra “aparece” devem ser variados para que a criança consiga generalizar o mesmo conceito.

Por isso… boas conversas com os pequenotes!

 

Referências utilizadas para a realização deste artigo:

 

Author:
Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria.