Como controlar a dor das crianças na vacinação

Muitos papás partilham connosco a ansiedade que lhes causa a ida às vacinas com os mais pequenos pela dor/ desconforto que causa, e pelo facto de não saberem qual a melhor forma de agir e de os consolar.

Este artigo presente dar resposta a esta questão e dar aos papás algumas estratégias para ajudar os filhotes a reagir este momento.

A vacinação é como já vimos no nosso artigo anterior, das coisas mais importantes que podemos fazer para proteger os nossos filhos contra inúmeras doenças.

No entanto, a vacinação, na grande maioria das vezes, implica uma injecção que causa dor e desconforto à criança.

A dor nas crianças foi durante muito tempo subvalorizada, estando esta situação relacionada com duas ideias já ultrapassadas hoje em dia: a imaturidade fisiológica, que fazia das crianças um ser com menos dor e a dificuldade em avaliar com alguma objetividade a dor da criança. Hoje em dia, não só se reconhece que as crianças sentem dor desde o nascimento como se valorizam as possíveis consequências da dor no seu desenvolvimento.

Os papás sabiam que se estima que mais de 80% das crianças em idade pré-escolar têm medo de procedimentos que envolvam agulhas?

Sendo que as vacinas são fundamentais para garantir a segurança na saúde dos nossos filhos, devemos adoptar estratégias que minimizem esta dor, respeitando alguns princípios:

  • Presença dos papás: A presença dos papás transmite segurança às crianças, sendo muito benéfica para as crianças durante a vacinação. No entanto se os papás se sentirem muito nervosos é preferível que não permaneçam de forma a não aumentar o stress na criança;
  • Profissional conhecido: Sempre que possível, assegurar que as vacinas são administradas sempre pelo mesmo profissional, por forma a que se estabeleça uma relação de confiança com a criança;
  • Dar informação à criança de forma simples e exata sobre o que irá ser feito;
  • Nunca usar procedimentos médicos ou de Enfermagem como ameaça: Não utilizar em outros contextos expressões como “se não te portas bem vem ai o doutor” ou “se não te portas bem levas uma pica”
  • Ser honesto: Não dar à criança falsa confiança e tranquilidade em relação ao procedimento doloroso, dizendo que «não vai doer nada»;
  • Ser compreensivo: Não utilizar expressões com as quais a criança se possa sentir humilhada, tais como: «pareces um bebé a chorar» ou «um homem não chora», comparando-a com outras crianças;
  • Ajudar a criança a participar no controle da sua dor: atribuindo algum controle sobre o processo. Escolher por exemplo, se possível, onde quer fazer a vacina, ou se fica ao colo ou sentada,…

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  • Dar feedback positivo: elogiar a criança no final da vacina;

 

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  • Promover a brincadeira terapêutica: levar algum brinquedo da criança e pedir ao profissional que interaja com ela como se também fosse ser vacina por exemplo;
  • No bebé recém-nascido: dar contenção, colo, e fornecer satisfação pela boca seja oferecendo a maminha caso o bebé seja amamentado ou a chupeta.

Para além das técnicas não farmacológicas para alívio e controle da dor, muitas vezes é recomendada a administração de paracetamol 1h a 30 minutos antes da realização da vacina. Confirme sempre com o seu médico assistente se deve fazer e qual a dose a administrar.

Esperamos que sejam dicas úteis para os nossos papás e seus pequenotes. Não façam da vacinação um bicho de sete cabeças e apenas um pequeno momento que lhe vai dar segurança para toda a vida.

 

Referências utilizadas na realização deste artigo:

 

Author:
Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria