O novo Coronavírus foi detetado em humanos em Dezembro de 2019 em Wuhan na China, SARS-COV-2, provoca a doença chamada COVID-19, que foi considerada uma Pandemia a 11 de Março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde. Manifesta-se predominantemente por sintomas respiratórios, e pode evoluir para uma infeção respiratória grave. Não existe nenhum tratamento considerado eficaz, e a vacinação na União Europeia teve início em Dezembro de 2020.
Das várias medidas que podem ser implementadas para controlo desta pandemia, as medidas de Saúde Pública têm-se mostrado as mais eficazes. Em Portugal, estas medidas têm como objetivo diminuir progressivamente a transmissão do vírus, prestar os cuidados de saúde adequados a todos os doentes e proteger a Saúde Pública. O sucesso das medidas de Saúde Pública depende da colaboração de todos os cidadãos, das instituições e organizações, e da sociedade. É sabido que o risco de transmissão aumenta com a exposição a um número elevado de pessoas, especialmente em ambientes fechados.
A infeção SARS-COV-2 nas crianças manifesta-se como doença (COVID-19) ligeira, muitas vezes assintomática. Quando surgem sintomas, estes podem ser febre, tosse, dor de garganta, diarreia, rinorreia (ranho), vómitos, dores musculares, sinais de dificuldade respiratória e/ou recusa alimentar.
São raros os casos graves em crianças. Num estudo realizado em Portugal (Junho de 2020) com 103 crianças com o diagnóstico de SARS-COV2 que recorreram ao Centro Hospitalar de Lisboa Norte, apenas 10% tiveram necessidade de internamento, e nenhuma teve necessidade de suporte ventilatório.
Com a reabertura das escolas no ano letivo 2020/2021, uma nova realidade chegou às famílias portuguesas: a de aprender a lidar e a compreender os conceitos de caso suspeito, caso confirmado, isolamento profilático, contacto de alto risco…que muitas vezes podem ser conceitos um pouco confusos e que levantam algumas dúvidas. Vamos esclarecer alguns destes conceitos e a forma como a população em idade escolar está a ser orientada face à pandemia por COVID-19.
O que é um Caso Confirmado?
Um caso confirmado é qualquer indivíduo que tenha feito um teste de deteção de SARSCOV-2 por zaragatoa (teste PCR ou teste rápido de antigénio) e que tenha tido um resultado “Positivo” ou “Detectável”.
O que é um Caso Suspeito?
Um caso suspeito, agora designado de possível, é qualquer pessoa que apresente, pelo menos, um dos seguintes sintomas: tosse de novo ou agravamento da tosse habitual, febre igual ou superior a 38º sem outra causa atribuível, dificuldade respiratória sem outra causa atribuível, perda de olfato, alteração ou perda de paladar.
O que é um contacto de Alto Risco?
Um contacto de alto risco é a pessoa que está em contacto com um caso positivo, sem proteção respiratória, a menos de 2 metros e durante mais do que 15 minutos até 48h antes do início dos sintomas do caso positivo. Se o caso positivo com o qual teve contacto não tiver apresentado sintomas, as 48 horas contam-se a partir da data de realização do teste.
O que é um contacto de Baixo Risco?
Um contacto de baixo risco é quando a pessoa que está em contacto com um caso positivo utilizando máscara de proteção respiratória, mantenho uma distância superior a 2 metros, durante menos de 15 minutos. É também considerado baixo risco quando a pessoa tenha estado em contacto próximo com um contacto de alto risco.
O que é Isolamento Profilático?
O isolamento profilático é uma medida de proteção da saúde e prevenção da doença adotada quando existe uma exposição de alto risco. Tem a duração de 14 dias, a contar desde o último contacto de alto risco.
Quando um aluno ou funcionário é identificado com sintomas na escola. O que fazer?
Nesta situação, a escola deve ativar o seu Plano de Contingência, e, no caso de ser um aluno, os Encarregados de Educação serão contactados para se poder fazer a ligação para a linha de saúde 24. Se o caso suspeito for validado pelo SNS24, este deverá ficar em isolamento até realizar o teste.
Após contacto como SNS 24 qual o prazo de contacto estimado pela Unidade de Saúde Pública?
Após o contacto com o SNS24, o prazo estimado para o contacto da Saúde Pública são 72h. Caso isso não aconteça, deve ligar novamente para o SNS24.
O meu filho tem um colega que está em isolamento profilático porque o pai é positivo. Tem de ficar em isolamento?
Não. Apenas a criança que teve contacto com o caso positivo deverá permanecer em isolamento. Só no caso de o teste dessa criança vir a ser positivo, é que se poderá ter de isolar os restantes colegas, caso o contato tenha sido nas 48h antes do resultado do teste.
Estou em casa porque o meu filho está em isolamento profilático. Quem me passa a declaração para justificar as faltas no trabalho?
A Declaração de Isolamento Profilático que será emitida para a criança em isolamento serve para o encarregado de educação entregar na sua entidade patronal.
Isolamento profilático: o que pode e não pode fazer
O isolamento profilático compreende os 14 dias desde o último contacto com um caso positivo. São 14 dias pois corresponde ao período de incubação do vírus, e durante o qual a doença se pode manifestar. Os casos positivos têm um período inferior, de 10 dias no caso de serem assintomáticos, pois o seu potencial de transmitir a doença não é relevante no final desse período.
O isolamento é uma medida de afastamento físico essencial em saúde pública. É utilizado para proteger a população pela quebra da cadeia de transmissão da doença entre as pessoas. É o Delegado de Saúde que determina o isolamento profilático. Esta medida é utilizada em pessoas suspeitas ou confirmadas com COVID-19, para que através do afastamento físico não contagiem outros indivíduos.
As pessoas às quais é determinado o isolamento devem permanecer em casa, de preferência numa divisão própria e evitar contactar com outras pessoas que vivam na mesma habitação e utilizar espaços comuns. Não podem partilhar pratos, copos, utensílios de cozinha, lençóis ou outros objetos pessoais. Se estiverem com outras pessoas, têm que utilizar máscara.
Para além destes cuidados é fundamental cumprir rigorosamente as recomendações de lavagem das mãos e de etiqueta respiratória.
Referências utilizadas para a realização deste artigo:
- CARVALHO, Clara. Et al, Série de Casos de 103 Crianças com Infeção por SARS-CoV-2 em Portugal, Acta Médica Portuguesa 2020 Dec; 33 (12): 795-802
- Direção Geral da Saúde, Orientação 024/2020, acesso em www.dgs.pt em 02/01/2021
- Direção Geral da Saúde, Norma 004/2020, acesso em www.dgs.pt em 02/01/2021
- Direção Geral da Saúde, Norma 010/2020, acesso em www.dgs.pt em 02/01/2021
- DONG, Yuanyuan et al; Epidemiological Characteristics of 2143 Pediatric Patients with 2019 Coronavirus disease in China; American Academy of Pediatrics 2020; DOI 10.1542
- New England Journal of Medicine, SARS-COV-2 infection in children; NEJM 382;17 Apr 23, 2020
- O que significa estar em isolamento, acesso em www.coronakids.pt em 02/01/2021
- Sociedade de Infeciologia Pediátrica; Abordagem do doente pediátrico com COVID-19; Sociedade Portuguesa de Pediatria, Abril de 2020
- Fig. – Isolamento profilático – ilustração em www.coronakids.pt

Author: Margarida Machado Gil
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