Refluxo e sono do bebé

O refluxo gastroesofágico é uma condição comum nos bebés e apresenta diferentes desafios no que diz respeito ao sono e ao bem-estar.

Vamos tentar perceber quais as principais preocupações dos papás e que estratégias podemos implementar para promover uma noite mais tranquila e segura para o bebé.

De que forma o refluxo gastroesofágico impacta no sono do bebé?

Os episódios de refluxo gastroesofágico podem trazer muito desconforto ao bebé, pois resultam numa sensação de azia e irritação no esófago que pode ser bastante desconfortável para o bebe. Por outro lado, o bebé pode associar o sono ao desconforto e desta forma levar a alguma resistência ao sono e ansiedade na hora de dormir. O facto do bebé acordar com os episódios de refluxo acaba também por interromper os ciclos de sono e, consequentemente, ter um sono menos reparador e de menor qualidade. 

 

Quais as preocupações dos papás mais comuns associadas ao sono e ao refluxo do bebé?

O desconforto, pois o bebé pode ficar mais irritado e ter mais dificuldade em se acalmar. Por outro lado, os papás também ficam preocupados com o posicionamento do bebé durante o sono, na esperança que minimize os episódios de refluxo, no entanto relembramos que de acordo com as mais recentes recomendações (2022) não foi encontrado benefício que supere o risco de colocar inclinação no berço do bebé. É normal os papás também ficarem preocupados com a possível aspiração do conteúdo gástrico, ou seja, da possibilidade de o leite entrar na via aérea. Outra preocupação comum destes papás é lidar com as regurgitações frequentes, os vómitos e os eventuais problemas respiratórios associados.

 

O que é que os papás podem fazer para ajudar o bebé?

 

Antes de mais queremos relembrar que é fundamental consultar o/a pediatra que acompanha o seu bebé para uma orientação mais personalizada. No entanto algumas estratégias gerais incluem:

  • Alimentar o bebé mais vezes, mas em menores quantidades;
  • Evitar deitar o bebé imediatamente após ter sido alimentado;
  • Manter o bebé numa posição vertical após a alimentação durante alguns minutos;
  • Deitar o bebé no berço em posição dorsal (barriga para cima);
  • Verificar a pega do bebé e escolher biberões que minimizem a ingestão de ar;
  • Alimentar o bebé numa posição mais vertical (ex.: amamentar na posição de cavaleiro);
  • Evitar roupas muito justas e que exerçam pressão na barriga do bebé;
  • Se utilizar inclinação no berço, por indicação do pediatra, esta não deve exceder os 10° conforme as novas orientações da Academia Americana de Pediatria.

 

Mais uma vez, relembramos, que a implementação destas estratégias deve ser sempre avaliada em conjunto com o/a pediatra que acompanha o seu bebé, porque cada caso é um caso e a abordagem pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e outras condições médicas existentes. 

 

Referências Bibliográficas:

 

 

Author:
Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria.